Reflexões sobre o Estabelecimento e Ampliação do MIR: Cinco Lições Chave
Esta coluna foi preparada pelo Dr. Lalanath de Silva, Chefe do Mecanismo Independente de Vestidos GCF. É a segunda de uma série de reflexões sobre os seus cinco anos de serviço como chefe do mecanismo.
Que aventura foi, a criação de um novíssimo Mecanismo de Reparação Independente (MIR) no Green Climate Fund (GCF). Envolveu tudo desde a actualização do mandato do MIR, recrutamento, formação e gestão de pessoal, redacção dos seus procedimentos e orientações até à preparação de planos de trabalho e orçamentos, gestão das relações com o Secretariado e a Direcção, e, mais importante ainda, tratamento de reclamações e queixas. Mas esta coluna não é uma narrativa do que eu fiz. É antes uma colecção de cinco lições que aprendi no processo. Estas lições foram além dos requisitos básicos para serem transparentes, justas, justas, rápidas e económicas.
Lição 1 : o valor das boas relações com o Conselho
O Conselho GCF é como nenhum outro com quem eu já tinha trabalhado antes. É composto por 24 membros do Conselho, 12 de nações doadoras e 12 de nações em desenvolvimento, cada um com um voto igual. O Conselho teve uma dinâmica única que eu nunca tinha experimentado antes. Aprendi rapidamente que era importante socializar novas ideias e conceitos com os membros do Conselho de Administração. A manutenção de uma relação construtiva e madura com o Conselho e os seus membros foi, portanto, fundamental. Os mecanismos de reparação de queixas temem frequentemente a interferência da sua independência em relação ao Conselho de Administração da sua organização-mãe. Estou grato por o Conselho GCF e os seus muitos membros nunca terem interferido com a independência do MIR's. Pelo contrário, continuaram apenas a afirmá-lo e a insistir na sua importância. Durante o meu mandato, o Conselho GCF actualizou os termos de referência do MIR, adoptou um conjunto de procedimentos progressivos e de estabelecimento de normas para o mecanismo, juntamente com directrizes de referência para si próprio sobre como processar recomendações sobre queixas e pedidos de reconsideração do MIR.
Lição 2 : o valor de consultas alargadas
Parte do meu trabalho incluiu a actualização do mandato do MIRe o desenvolvimento dos seus procedimentos e orientações. Ambos foram mandatados pela Direcção. Aqui tomei conhecimento de que as consultas alargadas levam tempo, mas dão uma maior apropriação e aceitação do resultado. Como parte destes exercícios, empreendemos extensos processos consultivos. Isto incluiu convites públicos à apresentação de propostas e consultas com GCF partes interessadas. Foram também realizadas consultas com membros do Conselho, organizações da sociedade civil, autoridades nacionais designadas, GCF entidades acreditadas e GCF pessoal do Secretariado. Estas consultas trouxeram à mesa muitas ideias construtivas e progressistas.
Lição 3 : o valor de um perito em comunicação
Ao recrutar pessoal, comecei por trazer a bordo especialistas em mediação e revisão de conformidade, bem como pessoal de apoio. Isto é, sem dúvida, necessário para um mecanismo de queixas bem dotado. Mas, com o tempo, enfrentámos o desafio de divulgar que o mecanismo estava a funcionar e disponível para as pessoas afectadas pelo projecto e para os países em desenvolvimento. Apesar dos nossos melhores esforços amadores como comunicadores, as avaliações subsequentes mostraram que os actores da sociedade civil e outros intervenientes do GCF, incluindo as pessoas afectadas, sabiam muito pouco, ou mesmo nada, sobre o MIR. Para preencher esta lacuna, recrutámos agora um Associado de Comunicação. Em retrospectiva, isto deveria ter acontecido há cinco anos. Se me fosse permitido voltar a contratar pessoal, incluiria um profissional de comunicação nas primeiras contratações, para liderar os esforços de divulgação do MIR. Há um lapso de tempo entre tomar conhecimento de um mecanismo de reparação e a apresentação efectiva de queixas.
Lição 4 : o valor das relações maduras com a direcção
A relação entre um mecanismo de reparação de queixas e a gestão da instituição mãe é um desafio. Por um lado, o mecanismo tem de examinar a devida diligência da gestão na concepção e implementação do projecto no contexto das queixas recebidas. Por outro lado, como parte da instituição-mãe, a independência tem de ser mantida, colaborando ao mesmo tempo em questões administrativas e fomentando as relações colegiais. Os desafios para a independência de um mecanismo virão do exterior e do interior da instituição. Isto não se deve tanto a interferências directas - mas sim a fontes menos óbvias do dia-a-dia, tais como tarefas administrativas. Os desafios à independência e eficiência (o que se traduz no tratamento atempado das queixas) podem vir sob a forma de atrasos administrativos ou negações, e sobretudo de falta de conhecimento ou de uma má compreensão da independência e do mandato do mecanismo. A lição que aprendi foi que traçar linhas claras de forma educada e firme, mantendo ao mesmo tempo relações colegiais respeitosas, era o fundamento de uma relação madura com a direcção. No GCF, o MIRe o Secretariado trabalharam através de muitas destas questões e institucionalizaram protocolos e procedimentos aceitáveis que ajudam a manter relações saudáveis.
Também realizámos eventos de sensibilização no GCF para o pessoal. Estes foram denominados "Fóruns de Aprendizagem e Diálogo" e foram realizados segundo as regras da Chatham House. Criaram um espaço seguro para um diálogo aberto e honesto entre o MIRe o pessoal de gestão. Aprendemos uns com os outros nessas ocasiões.
Lição 5 : o valor das boas relações públicas
O MIRrealizou um inquérito anual às partes interessadas para avaliar o quão bem estávamos a fazer. O inquérito serviu o propósito útil de nos informar sobre onde podíamos melhorar e o que tínhamos feito correctamente. Uma mensagem consistente de apreço que recebemos foi sobre os nossos esforços para sairmos do caminho das boas relações públicas, para chegarmos aos queixosos e à sociedade civil com empatia, e para sermos transparentes e informativos sobre o MIR. Mesmo quando um caso tinha de ser encerrado sem qualquer solução, chegámos até aos queixosos para lhes explicar as razões do resultado, e oferecer-lhes um fórum para discutir formas alternativas de abordar a sua queixa. Um mecanismo de recurso deve ser "sobrevivente" ou "queixoso" centrado e o seu pessoal deve ser formado em competências básicas de aconselhamento que são fundamentais para ajudar os queixosos que possam estar traumatizados pela queixa, bem como o fardo de prosseguir um processo de queixa com um mecanismo de queixa.
Conclusão
Espero que estas cinco lições possam ser úteis para outros que estejam a pensar em estabelecer um novo mecanismo de reparação de queixas ou melhorar um que já existe. Muitos desses mecanismos estão a ser estabelecidos, particularmente pelo sector privado. Também tenho esperança que estas lições sirvam o MIRbem como traduzam estas experiências no sentido de proporcionar remédio para as queixas que lhe venham a ser apresentadas no futuro.